Guerra dos Farrapos



Durante o período regencial, por diversas vezes e em diferentes regiões esteve ameaçada a integridade territorial brasileira. A partir das disputas de poder estouraram várias rebeliões em algumas províncias, tendo como plano de fundo o federalismo. O movimento Farroupilha foi um exemplo claro disso, até por ser o mais longo movimento de revolta civil brasileira, que durou de 1835 a 1840. A justificativa original para a revolta baseia-se no conflito político entre os liberais e o modelo imposto pela constituição de D.Pedro I. Além disso, havia disseminação de idéias separatistas, tidos por muitos gaúchos como o melhor caminho para a paz e prosperidade.

A elite fazendeira do Rio Grande do Sul contestava a centralização política, o desinteresse do governo central pelos problemas das províncias e os tratados comerciais que prejudicavam o país. Contestava também os impostos e as baixas taxas alfandegárias cobradas na importação de produtos estrangeiros, principalmente o charque (carne-seca) argentino e uruguaio, que concorria com mercados consumidores brasileiros. Os objetivos dos farroupilhas eram muitos, devido aos comerciantes do sudeste(dominados pelos latifundiários do centro e do norte) compravam charque mais barato do Uruguai e da Argentina, porque a mercadoria era produzida com mão de obra-livre, ou seja, tinha maior produção e qualidade, diferente do trabalho escravista que era usado no brasil. Então eles queriam mais autonomia, até porque para exporta o charque para as outras províncias os gaúchos tinham que pagar taxas alfandegárias como se fossem estrangeiros. Diante dos fatos o governo central não fez nada que pudesse mudar a situação econômica que se encontrava o Rio Grande do Sul. Insatisfeitos e indignados os gaúchos estimulou a uma aproximação com as forças políticas agrupadas no Partido Exaltado, também chamado de farroupilhas. Esse grupo político defendia a ampla descentralização do poder, através da autonomia administrativa das províncias e instauração do sistema federalista; e desejavam substituir a monarquia pelo regime republicano. Todas essas idéias e projetos políticos se adequavam amplamente aos interesses dos estancieiros gaúchos.

Em setembro de 1835, o principal chefe dos rebeldes liberais, Bento Gonçalves, apossou-se de Porto Alegre fazendo com que as forças imperiais fossem obrigadas a deixarem a região. O governo central reagiu imediatamente mas não conseguiu conter os rebeldes. A rebelião farroupilha expandiu-se e, em 1836, os rebeldes proclamaram a República de Piratini, também chamada de República Rio-Grandense. Mas não houve nenhum tratado de paz pelo simples motivo que a república do brasil não reconheceu o Rio Grande do Sul como autônomo. O que aconteceu foi uma ata assinada em 25 de fevereiro de 1845 pelos generais, coronéis e majores farroupilhas que se reuniram em Ponche Verde para analisar as condições para pacificação. Três dias após, dia 28, o chefe do exército, David Canabarro, foi autorizado a divulgar o fim da guerra civil mais longa da história das américas.

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